terça-feira, 19 de janeiro de 2016

AS BALEIAS ESTÃO AQUI

AS BALEIAS ESTÃO AQUI

Todos os anos no começo de Julho, as fêmeas da baleia franca-austral (Eubalaena australis), também conhecida como "baleia certa", chegam ao litoral sul de Santa Catarina, Brasil. Elas vêm de tão longe como  a região da Antártida, que fica a milhares de quilômetros, para dar a luz e amamentar seus filhotes nas águas rasas.
Durante muitos meses, moradores e turistas que estão nas praias ou penhascos ficam maravilhados de observar as baleias - mães e filhotes descansando ou brincando na água!



GIGANTES MARINHOS ACROBATAS

Uma fêmea pode chegar a 16 metros de comprimento, mais ou menos o tamanho de um ônibus articulado, e pesa até 80 toneladas. Seu corpo gigante geralmente é preto, ás vezes com manchas brancas na barriga. A cabeça é enorme, um quarto do comprimento do corpo. A boca é longa e arqueada. Essa espécie de baleia não tem nadadeira dorsal, como algumas tem. Para nadar para frente, ela flexiona sua cauda larga e pontiaguda para baixo e para cima, em vez de para os lados, como os peixes fazem. Para mudar de direção ela movimenta suas nadadeiras. Isso é parecido à manobra de um avião.
Embora sejam enormes, as baleias-francas são bem ágeis. Elas fazem acrobacias impressionantes: boiam com a calda fora da água por longos períodos, levantam a calda e a batem com força na água, saltam e, quando caem, espirram tanta água que da para ver de longe.



CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Na cabeça das baleias-francas há várias calosidades esbranquiçadas ou amareladas áreas ásperas da pele cobertas por colônias de pequenos crustáceos chamados de ciamídeos, ou piolhos-de-baleia. Karina Groch, coordenadora do Projeto Baleia Franca, do Brasil, explica: "Cada padrão de calosidade é único, assim como as impressões digitais de uma pessoa. Isso permite a identificação de cada baleia-franca. Quando as baleias visitam nosso litoral, tiramos fotos de suas calosidades e registramos essas fotos em nosso sistema."
Biólogos dizem que é difícil saber com que idade as baleias-francas morrem porque essa espécie não tem dentes. Eles calculam que a baleia-franca viva pelo menos 65 anos.





HÁBITOS ALIMENTARES CURIOSOS 

As baleias-francas se alimentam de minúsculos crustáceos. Em cada lado do maxilar superior, elas têm um "filtro" composto por centenas de barbatanas que possuem placas com franjas de cerdas finas.
Ao nadar, as baleias abrem a boca, filtrando suas minúsculas presas. Assim, cada baleia pode consumir  até 2 toneladas de crustáceos por dia.
A baleia-franca-austral passa o verão (janeiro/fevereiro) se alimentando no oceano Antártico. Assim, ela consegue acumular bastante gordura em sua pele. Essa gordura serve como um excelente isolante quando ela está em águas frias e como reservas de alimento quando ela migra.



POR QUE ELA TEM ESSE NOME?

Do século 18 em diante, baleeiros caçaram grandes quantidades dessas baleias no Hemisfério Sul. Elas eram consideradas as baleias "certas" para caçar. Por quê? Essas baleias nadam devagar; por isso, até mesmo baleeiros em barcos frágeis de madeira, equipados apenas com arpões manuais, conseguem caça-las. E, diferentemente de outras espécies de baleias, as baleias-francas flutuam depois de mortas, por causa da enorme quantidade de gordura. Assim, os baleeiros conseguiam facilmente arrastá-las para apraia.
Além disso, a gordura e as barbatanas de baleias eram importantes mercadorias no passado. A gordura era usada como lubrificante e em lâmpadas a óleo nos postes das ruas. As barbatanas eram usadas para fazer amarrações de espartilhos e de guarda-chuvas, bem como chicotes para charretes. O valor das barbatanas de apenas uma baleia podia cobrir todas as despesas de uma viagem de caça!
No início do século 20, a caça excessiva reduziu bastante a população de baleias-francas e, com o tempo, a caça as baleias deixou de ser uma atividade lucrativa. No Brasil, a última estação baleeira foi fechada em 1973.
Embora a população de algumas espécies de baleias esteja aumentando aos poucos, outras continuam seriamente ameaçadas de extinção.

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